2009/09/20

Ultras Rione Sanità


Galleria Umberto I - Nápoles

(Aqui presenciei um ritual gastronómico em torno de um pobre pombo de rua. Galerias modernas e sofisticadas. Mas também um sítio medonho, miserável e decadente.)

Rione Sanità ("Bairro da Saúde") foi construído no fim do século XVI.
Sempre abalada por disputas entre a Camorra, esta é uma das áreas da cidade que, para muitos, simboliza a degradação extrema de Nápoles, mas onde, de facto, a degradação e a beleza vivem lado a lado.

A exclusão social é elevada, tal como o desemprego ou o subemprego, apesar do potencial histórico e cultural da zona. A Camorra é uma alternativa de vida para muitos, e continua a atrair os rapazes que abandonam a escola em busca de dinheiro fácil e afirmação social.

Algumas associações de voluntários que aqui operam foram criadas em rede para tentar criar melhores condições de vida, estimulando o sentimento de cidadania e criando oportunidades para as pessoas que queiram deixar o bairro. Uma ajuda importante nesse sentido foi dada por Alex Zanotelli, um missionário que se mudou para Nápoles depois de viver nas favelas de Korogocho (Nairobi, Quénia) para lutar contra o "norte global" e as causas que levam à miséria no "sul global".

No bairro há catacumbas e as basílicas paleocristãs de San Gennaro, San Gaudioso e San Severo, e o célebre ossário do cemitério Fontanelle em que os napolitanos, desde o século XVII, praticam um culto único, orando e iluminando as almas perdidas dos "mortos sem nome".

Neste bairro foram rodados numerosos filmes, incluindo "Ouro de Nápoles" (1954) de Vittorio de Sica, com Totò, Eduardo de Filippo, Sophia Loren e Silvana Mangano, e "Ontem, Hoje, Amanhã" com Sophia Loren e Marcello Mastroianni.

O bairro tem um clube de futebol e um campo, usado para competições amadoras.

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